She'll turn the music on you
Não dá mais pra continuar assim. Ou eu tenho um blog e me esforço para mantê-lo ou desisto de uma vez dessa bosta. Optei por continuar, por isso, hoje, vou fazer um esforço enorme para fazer alguma coisa criativa sair aqui.
A verdade é que fiz esse blog no início da faculdade, antes do trabalho enfadonho e da rotina cansativa acabar com toda a minha criatividade e vontade de escrever crônicas. Hoje eu sou mais uma dessas mulheres cotidianas, que odeiam seus empregos, mas precisam deles para manter seus delírios de consumo (isso é um livro da Becky Bloom, eu sei, minha situação é triste demais!). Hoje eu sou mais uma dessas mulheres que usa calça e blusa de botão durante a semana e aos sábados e domingos usa vestidos ridículos como uma forma de se deixar respirar.
A grande verdade é que, cedo ou tarde, todo mundo cresce.
Incrível como passei a achar ridículo escrever sobre sentimentos. Acho que é isso que anda me deixando tão travada, o que fez com que abandonasse completamente este espaço. Tudo o que escrevo soa emotivo demais e meio piegas. Credo! Mas não é estranho que isto esteja acontecendo, afinal de contas, se trata de mim, Mayara, aquela que possui o semblante mais sóbrio de todos.
Só existia uma época em que eu demonstrava sentimentos demais, quando tinha TPM, que agora nem tenho mais. TPM é coisa de adolescente malcriada, que quer atenção. Meu anticoncepcional acabou com tudo isto. Coitado dos homens que tiveram que me aturar naquela época. Hoje eu vivo como que numa linha reta. Às vezes é como se eu não sentisse nada mesmo.
Antes, eu conseguia escrever sobre qualquer coisa. Hoje, nada me dá a inspiração necessária para fazer uma crônica. Isso é horrível, é angustiante, é a pior coisa do mundo... Meu deus, agora eu sei, eu sou uma farsa! Durou só uma temporada minha criatividade para este blog. E eu, ingênua, me deixei acreditar que poderia escrever pelo resto da vida coisas bonitas. Acabou, meu deus, acabou...
Ou pode ser o contrário. Talvez eu esteja numa fase difícil, mas que vai passar. Neste caso, eu preciso esperar. E vou fazê-lo, com a estranha sensação de esperança nostálgica que ouvir Bette Davis Eyes me dá. Voltar aos anos 80 me faz acreditar que vou nascer de novo, toda nova, bonita de novo, tudo novo, de novo.
“All the boys think she's a spy,
She's got Bette Davis eyes...”