9.03.2006

Luz da Minha Vida


Luzes. Tantas luzes nesse mar de gente. Gente. Tanta gente nesse mar de luzes. Vida. Tantas vidas cruzadas nessas ruas sem fim. Fim, sem fim. Milhões de habitantes num espaço sem fim. E o metrô, às seis da tarde, mais parece um formigueiro, correndo não sei para onde. Formigueiro das vidas sem fim desse Brasil.
Ah, São Paulo! Minha grande São Paulo. São Paulo das músicas, da esquina das avenidas São João e Ipiranga, das tardes tão frias em busca do teu calor. São Paulo da Europa, da Estados Unidos, das Nações Unidas, do Brasil... dos jardins do mundo inteiro. Paulista de sotaques nordestino, Faria Lima falando inglês, dos Pinheiros mais altos do mundo. São Paulo da minha vida!
Capital do Nordeste, do Norte, do Sudeste, do Brasil inteiro. Capital da minha vida. São Paulo tem trânsito, mas tem Liberdade. Só quem vive aqui entende o mundo de mundos que há nessa cidade. De uma calma tarde fria tocando violão no MASP, a uma irritante manhã na marginal engarrafada. Aqui nada é perda de tempo, não para mim, que morro de saudade da minha São Paulo.
São Paulo, que nos jornais vai sair na 1° edição, cena de sangue num bar da Avenida São João. São Paulo cantado em versos e trovas. São Paulo que roubou a minha vida. Que as luzes fortes ofuscaram a minha vista. São Paulo aonde me fiz gente, onde as luzes refletem a minha vida. Me enraizei em ti, nas tuas enormes ladeiras, nas tuas paralelas que, de repente, se encontram, formando uma esquina. Me acabo em ti, onde minha vida paralela às tuas, se encontram, formando uma esquina de misturas, na qual me sinto presa. Presa com prazer, por ser mais uma das tuas prezas.
São Paulo, meu amor!
Mayara Luma Maia 01/09/06